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07/05/2014
Bayer paga US$ 14,2 bi por área da Merck
Veículo: Valor Econômico

Jornalistas: Andrew Ward, Ed Hammond e Jeevan Vasagar, do Financial Times

A Bayer da Alemanha anunciou ontem a compra das operações de cuidados com a saúde da Merck por US$ 14,2 bilhões, adquirindo marcas como o bronzeador Coppertone e as pílulas antialérgicas Claritin, no mais recente de uma séria de negócios que está remodelando o setor farmacêutico mundial.

O negócio fará da Bayer a segunda maior fabricante de medicamentos de venda livre do mundo, atrás apenas da Johnson & Johnson dos Estados Unidos e à frente da GlaxoSmithKline (GSK) do Reino Unido. Esta é a segunda maior aquisição feita pela Bayer, perdendo apenas para a compra da Schering em 2006 por US$ 17 bilhões.

No mês passado a GSK também fortaleceu sua posição no setor ao fechar a compra da divisão de produtos de cuidados com a saúde da Novartis da Suíça, como parte de uma troca de ativos de US$ 20 bilhões.

A Bayer e a GSK veem a área de produtos de consumo de cuidados com a saúde como um negócio em crescimento e propenso à consolidação, uma vez que a demanda por produtos - que vão de cremes dentais a remédios para resfriados - está aumentando nos mercados desenvolvidos e emergentes.

Marijn Dekkers, executivo-chefe da Bayer, disse que o preço foi "significativo", mas o negócio se encaixa no contexto de outros realizados no setor nos últimos anos. A Bayer está pagando 21 vezes os lucros do ano passado, num negócio decidido depois que a Reckitt Benckiser do Reino Unido, anteriormente vista como comprador preferencial, desistiu da disputa na semana passada.

No entanto, Fabian Wenner, chefe de análises do setor de cuidados com a saúde da consultoria Kepler Cheuvreux disse que a taxa interna de retorno do negócio não vai cobrir o custo médio ponderado do capital da Bayer.

"O negócio de medicamentos de balcão está estrategicamente sólido no longo prazo, mas eles claramente pagaram caro, depois que a Reckitt saiu da disputa", disse Wenner. "Isso é sempre um forte indício de um pagamento muito alto, já que a Reckitt se mostrou disposta no passado a pagar muitos múltiplos [do preço da ação da companhia no mercado]."

A aquisição é uma aposta significativa nos Estados Unidos, onde a divisão de produtos de consumo voltados para a saúde da Merck gera cerca de 70% de sua receita total. A Bayer espera economizar cerca de US$ 200 milhões por ano até 2017 com a fusão de sua unidade de produtos de consumo com a da Merck.

Assim como aconteceu com concorrentes como a Pfizer, a Merck enfrenta a perda de patentes de medicamentos importantes e a necessidade de desenvolver novos produtos. Sua resposta este ano tem sido se concentrar nas pesquisas e desenvolvimento, investindo em um número menor de áreas. Ela também anunciou a demissão de mais de 8 mil funcionários e a venda de unidades não mais consideradas importantes, como a de produtos de consumo e cuidados com a saúde.
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