Veículo: Folha de S.Paulo
Colunista: Maria Cristina Farias
O ingresso de laboratórios estrangeiros no mercado farmacêutico nacional mais que dobrou no ano passado, em relação a 2012, segundo o Sindusfarma (sindicato da indústria de medicamentos).
Em 2013, 14 das 29 empresas que se associaram à entidade eram estrangeiras. No ano anterior, por sua vez, somente 6 entre os 14 novos associados eram laboratórios sediados em outros países.
"A atratividade do Brasil para as indústrias farmacêuticas de fora se deve ao desempenho do nosso mercado interno, que cresce mais que em outros países", afirma Nelson Mussolini, presidente do Sindusfarma.
A participação das marcas estrangeiras entre as novas adesões também cresceu.
No ano passado, elas representavam 48% do total de novos associados, enquanto em 2012, essa participação era de cerca de 43%.
Dificuldades regulatórias, que em outros setores poderiam funcionar como entraves para novos investimentos, refletem como um incentivo para que laboratórios estrangeiros venham para o país, diz o executivo.
"A Anvisa tem rigor semelhante ao de órgãos reguladores internacionais. Isso contribui para a vinda das marcas de fora, uma vez que elas já conhecem as regras e podem competir de forma leal com as empresas brasileiras."
A demora para se registrar novos medicamentos, no entanto, é apontada por Mussolini como um dos obstáculos.
"Se o sistema fosse mais ágil, a participação pública nas despesas com saúde fosse maior e a carga tributária menor, atrairíamos ainda mais multinacionais."