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26/11/2022
Nelson Mussolini toma posse na Academia de Ciências Farmacêuticas

A Academia de Ciências Farmacêuticas do Brasil (ACFB) empossou seus três novos membros - Nelson Mussolini, Helena Nader e Meiruze Freitas – em cerimônia realizada na noite de sexta-feira (25), no auditório da Reitoria da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

Os novos acadêmicos: (da esq.) Meiruze Freitas, Mussolini e Helena Nader

Na abertura da solenidade, o presidente da ACFB, Michel Kfouri Filho, saudou os novos acadêmicos. “Esta Academia escolheu três personalidades que notadamente expressam a coragem, a determinação e o compromisso inegociável com os propósitos relacionados à ciência e bem-estar social de nossa população”.

O presidente executivo do Sindusfarma foi nomeado para a cadeira que tem por patrono Omilton Visconde, líder histórico da indústria farmacêutica no país. “Quando lanço um olhar panorâmico para a situação da saúde no país, constato que avançamos, apesar dos vários obstáculos”, disse Mussolini, em seu discurso de posse. “A indústria farmacêutica instalada no Brasil cresceu, melhorou processos e tecnologias, aprimorou produtos tradicionais, desenvolveu medicamentos inovadores, ampliou o portfólio de opções terapêuticas”, citou, entre outros exemplos. (veja abaixo a íntegra do discurso de Mussolini)

Diretora da Segunda Diretoria da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, Meiruze Freitas falou de sua trajetória no serviço público. “Em 2007 cheguei à Anvisa, instituição que me permitiu olhar muito além das lentes dos microscópios e das bancadas analíticas. Certamente foi na Agência que percebi o quanto atuar na saúde pública pode contribuir na melhoria da qualidade de vida das pessoas e favorecer o crescimento econômico do país”, disse.

Além de nova integrante da ACFB, Helena Nader também preside a Academia Brasileira de Ciências, cargo que assumiu neste ano. “Meu mantra continua sendo: educação e ciência não são gastos, mas investimentos. Acredito que começaremos um novo momento em que educação e ciência serão de fato políticas de Estado”, disse a professora da Escola Paulista de Medicina (EPM/Unifesp). Em seu pronunciamento, ela também defendeu o desenvolvimento sustentável, baseado na harmonização dos elementos social, econômico e ambiental.

O presidente da ACFB, Michel Kfouri Filho (esq.), ao lado dos colegas Mussolini, Lahmann e Moretto

“Sou grato por ter tido a oportunidade de contribuir para o mundo dos medicamentos, das ciências farmacêuticas e da Saúde”

Veja a íntegra do discurso de posse do acadêmico Nelson Mussolini:

“Me sinto honrado com a distinção que me confere esta noite a Academia de Ciências Farmacêuticas do Brasil. Ao Prof. Lauro Moretto, meu inspirador, OBRIGADO!

“Para um advogado, que ingressou por acaso na indústria farmacêutica, quando ainda era estudante de graduação no Mackenzie, e há mais de 40 anos tenta contribuir para a evolução do setor e para a ampliação do acesso da população brasileira aos medicamentos, é um privilégio fazer parte de tão renomada instituição, e privar da companhia de figuras de trajetória tão destacada na área da Saúde.

“Na verdade, me sinto duplamente honrado, pois vou ocupar a cadeira cujo patrono, Omilton Visconde, é um ícone da indústria farmacêutica e uma referência da Saúde no Brasil, sempre defendeu o SUS e teve participação ativa no Conselho Nacional de Saúde, Conselho esse que também participo defendendo a Indústria Farmacêutica e o SUS.

“Me orgulho de ter participado, durante décadas, como executivo de grandes laboratórios farmacêuticos nacionais e internacionais e como líder setorial, do desenvolvimento da cadeia produtiva de medicamentos e da construção do sistema de saúde público e privado no país.

“Como vocês sabem, não tem sido uma tarefa fácil defender a saúde e, principalmente, a nossa Indústria Farmacêutica.

“Ao mesmo tempo, é extremamente gratificante atuar num setor que tem por propósito curar pessoas e salvar vidas.

“Para ilustrar o notável progresso das ciências médicas e farmacêuticas nos últimos 100 anos, costumo traçar um paralelo histórico hipotético: se esta cerimônia fosse realizada nos anos 1950, talvez eu não pudesse participar dela, pois a expectativa de vida no Brasil, na época, era de apenas 50 anos e, pode não parecer, mas já passei dessa idade!

“Graças à medicina e à indústria farmacêutica vivemos hoje mais e melhor.

“Quando lanço um olhar panorâmico para a situação da saúde no país, constato que avançamos, apesar dos vários obstáculos.

“A indústria farmacêutica instalada no Brasil cresceu, melhorou processos e tecnologias, aprimorou produtos tradicionais, desenvolveu medicamentos inovadores, ampliou o portfólio de opções terapêuticas, tudo isso sob o tento e zeloso olhar da Anvisa.

“A rede pública de atendimento de saúde se estruturou em torno do SUS, o Sistema Único de Saúde e, apesar dos problemas de financiamento e gestão, presta um serviço relevante para a população, como a ainda presente e persistente pandemia de coronavírus demonstrou.

“As clínicas e hospitais privados do país, especialmente em São Paulo, se transformaram em hubs de ensino, inovação e tratamentos médicos de ponta.

“A assistência farmacêutica superou gargalos históricos e hoje - com a decisiva participação da indústria farmacêutica, registre-se – oferece à população, por meio do programa Farmácia Popular e da Conitec, a comissão de incorporação de novas tecnologias no SUS, entre outras ações, uma gama importante de produtos, dos básicos aos de última geração.

“Mas os desafios persistem.

“Ainda precisamos avançar na direção de um ambiente mais propício para a realização de Pesquisas Clínicas no país.

“Precisamos avançar na formatação de mecanismos de estímulo à Inovação incremental e radical de medicamentos.

“Precisamos avançar na criação de novos modelos de incorporação de tecnologias avançadas em Saúde, para viabilizar a oferta ampla da nova geração de produtos, como as terapias gênicas, por exemplo.

“Ainda precisamos dar o devido valor, e o apoio financeiro indispensável, às instituições que produzem conhecimento científico e tecnológico na área da saúde no Brasil.

“Meus amigos, não quero me estender na análise desses grandes temas, pois o momento é de celebração.

“Gostaria apenas de concluir esse pensamento com uma mensagem de esperança na capacidade da sociedade brasileira e de seus governantes de transformar em realidade - quem sabe na próxima década - o enorme potencial de articulação no país de um complexo produtivo de saúde forte e de porte internacional.

“Falo dessas importantes questões com o mesmo entusiasmo que tinha quando comecei na indústria farmacêutica e descobri o fascinante mundo da química fina, das formulações farmacêuticas e dos medicamentos e como esse mundo impactava positivamente a vida das pessoas.

“Continuo fascinado e grato por ter tido a oportunidade de trabalhar e contribuir para esse mundo - dos medicamentos, das ciências farmacêuticas e da Saúde -, aprendendo e colaborando com pessoas dedicadas, ilustradas e valorosas como as que, a partir de agora, terei a honra e o prazer de conviver - e continuar aprendendo - no marco da Academia.

"Óbvio que ninguém chega na posição que ocupo sem apoio!

"Preciso agradecer a minha mãe, professora e poetisa, que há pouco fez sua passagem, que foi a base de tudo. Às minhas irmãs e cunhados, que sempre se orgulharam com minhas conquistas. A minha mulher, Juliana, que nunca deixou de me apoiar e de cuidar de tudo para que eu pudesse trilhar com sucesso o caminho que escolhi. Aos meus filhos, Maria Eugênia e Pedro Augusto, que dão sentido em tudo que faço. E, finalmente, a São Judas Tadeu, meu Santo de devoção que sempre me deu forças nos momentos difíceis!

"Como Maria e Pedro dizem, quero continuar sendo o defensor dos “frascos e comprimidos”!"

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