Ações de parceria e transferência de tecnologia na área farmacêutica foram apresentadas pelas quatro palestrantes do seminário “Casos de sucesso de Parcerias Público-Privadas em inovação”, na quarta-feira (28/9), segundo dia da Cúpula Brasileira de Inovação Farmacêutica.
A diretora de Inovação do Instituto Butantan, Ana Marisa Chudzinski Tavassi, destacou a criação, há cinco anos, do Centro de Desenvolvimento e Inovação, dirigido por ela, formado por 12 laboratórios de pesquisa, organizados na forma de plataformas, e três centros de excelência, com o objetivo de acelerar o processo de criação e transferência de tecnologias na área de imunobiológicos virais. “Nosso interesse é transferir tecnologia internamente e externamente. O objetivo é transformar conhecimento em valor. A gente faz publicação, pesquisa, sim, focada para o registro, patente”.
Ana Marisa citou a parceria do Butantan com a GSK na área de doenças crônicas degenerativas, um projeto colaborativo, com risco compartilhado, que envolve pesquisa científica, difusão do conhecimento e transferência de tecnologias.
A diretoria do Instituto Senai de Inovação em Biotecnologia, Carolina Andrade, apresentou os 26 institutos de Inovação criados pela instituição na última década, para fazer a ponte entre a indústria e a academia. Na área farmacêutica, ela destacou a unidade especializada em sistemas avançados em saúde, na Bahia, e o Instituto de Inovação em Biotecnologia, inaugurado em novembro de 2021, em São Paulo, com 10 laboratórios e diversos parceiros estratégicos, entre eles o Sindusfarma, tendo em vista a megatendência mundial nessa área.
Carolina citou a parceria do Senai com a Merck no programa MScience Lab, na área de biologia.
A assessora para Inteligência Competitiva da Diretoria de Bio-Manguinhos/Fiocruz, Beatriz Fialho, detalhou o processo de desenvolvimento e absorção de tecnologia que resultou na produção da vacina contra a Covid-19, no qual foram investidos R$ 172,89 milhões em infraestrutura, com uma rede de mais de 70 colaboradores da instituição.
“Era uma situação muito crítica e a gente sabia que uma hora a gente ia ter dificuldade de assegurar o acesso equitativo”, lembrou Beatriz. “A questão era: como a gente consegue assegurar o acesso da população de uma maneira viável e sustentável no longo prazo para o SUS. Ou seja, uma tecnologia que a gente pudesse incorporar, num preço acessível para o Ministério da Saúde”.
A gerente de Projetos Estratégicos da Janssen, Luci Oura, informou que os investimentos em Pesquisa e Desenvolvimento da empresa, em 2021, foram de US$ 10 bilhões de dólares. No Brasil, o laboratório farmacêutico participa de duas Parcerias de Desenvolvimento Produtivo (PDPs) em imunobiológicos originadores, com indicação para doenças como a artrite reumatoide. A primeira PDP, firmada em 2015, foi pioneira no país na transferência de tecnologia na área de imunobiológicos de alta complexidade. “Através dessas transferências, a gente capacita e melhora a capacidade produtiva e de inovação do país, melhora a infraestrutura do complexo industrial, forma e retem os recursos humanos especializados. É um legado de longo prazo que fica para o Brasil como um todo”, disse Luci.
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