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30/09/2022
Cúpula de Inovação: Transformando o setor da saúde através da inovação digital

A tecnologia não pode ser um problema. Ela deve potencializar os ganhos da saúde e o grande desafio na busca pela inovação digital é a interoperabilidade. Mas o que significa isso na prática? Significa que os diversos sistemas e organizações trabalham em conjunto, permitindo que sistemas computacionais interajam e troquem informações. 

Para os palestrantes da última plenária da 1ª Cúpula Brasileira de Inovação Farmacêutica, realizada nesta quinta-feira (29), dominar esse assunto é o grande desafio para transformar o setor de saúde através da inovação digital, pois não adianta trocar dados se não for possível decodificá-los. 

O gerente de Desenvolvimento de Negócios da Amazon Web Services (AWS), Jacson Barros, falou como os pacientes podem ajudar no processo. “Há dois meses saiu uma reportagem no Fantástico sobre o programa Farmácia Popular. O cidadão reclamando que havia alguém pegando medicação com o número do seu CPF. Ele estava na Paraíba e a pessoa no Paraná. Logo pensei: acabamos de ganhar 220 milhões de auditores! Isso está disponível, mas ninguém via. Agora vê”, disse. 

Segundo Barros, é preciso pensar a “internet das coisas” em escala e a Cloud, rede global de servidores que aceita todas as tecnologias, é a forma mais segura e eficiente para isso. “Infelizmente, nossos sistemas não nascem de maneira interoperável, ou seja, capaz de operar, funcionar e atuar com outro sistema. Fica sempre o desafio de pensar em novas soluções para resolver esses problemas, já que os assuntos de saúde são sempre em grande escala e para um número muito grande de pessoas”, acrescentou. 

O diretor de Sistemas da Intersystems, Rochael Ribeiro, disse que um exemplo claro do quanto a troca de informações é importante se deu nos Estados Unidos. “O primeiro requisito que forçou o mercado norte-americano a trocar informações clínicas foi o prazo de reinternação. O governo norte-americano, em 2006, deu o ultimato: "quero dados de internação, pois se um paciente for reinternado pelo mesmo motivo em menos de 30 dias significa que ele não foi bem tratado". A partir daí começou a aumentar o movimento de troca de informações clínicas. Hoje, basicamente todas as instituições fazem a troca de dados”, afirmou. 

Ainda segundo Rochael, um bom exemplo brasileiro é o do laboratório Sabin, que durante a pandemia conseguiu enviar dados rapidamente para a homologação no DataSus. “Ou seja, a tecnologia existe e deve ser usada”, afirmou. Ele também defendeu o uso de tecnologias para propiciar o acesso longitudinal à história clínica do paciente. 

“A partir dos dados, podemos responder perguntas tais como: qual é a população que eu quero atingir? Quem está fazendo parte do meu estudo ou pode fazer? Depois que o desenho está feito, a gente começa a acompanhar. Alguém está prescrevendo alguma medicação? Alguém está reportando dados de efeitos colaterais? Assim, conseguimos ter uma visão mais detalhada do histórico do paciente e poderemos ter insights”, disse Ribeiro.

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